Biografia
Sebastião Artur Cardoso da Gama nasceu em Vila Nogueira de Azeitão, a 10 de Abril de 1924, filho mais novo de uma doméstica e de um comerciante. Logo aos 14 anos é-lhe diagnosticada a tuberculose óssea que haveria de lhe custar a vida. A conselho do médico, muda-se com a mãe para a Serra da Arrábida, cenário de sonho que será o “primeiro amor” da sua poesia. Tal como Alexandre Herculano antes de si, o jovem Sebastião não se cansa de cantar a Serra: em Serra Mãe, Loas a Nossa Senhora da Arrábida e Cabo da Boa Esperança, os caminhos mais recônditos e as gentes da Serra são personagens principais.
Para além da Arrábida, é o mar que encanta o jovem Sebastião, a quem a doença e o isolamento parecem não retirar alegria, vivacidade e facilidade de relacionamento com as pessoas. Como com os pescadores e lavradores, a quem admirava o falar. Admiração que lhe valeu a repreensão do arguente quando, defendendo a tese de mestrado com que se formou em Filologia Românica, Sebastião da Gama utilizou termos próprios dos homens do mar e do campo, cuja companhia preferia à de doutores.
Terminados os estudos, Sebastião da Gama dá aulas na Escola Comercial e Industrial João Vaz, em Setúbal, durante um ano. Os alunos, apesar do curto período de convivência com o jovem professor, ficam profundamente marcados pela sua personalidade comunicativa, aberta ao diálogo e, claro, à poesia.Colocado em Lisboa, na Escola Veiga Beirão, inicia em Diário o relato a sua experiência pedagógica e os métodos, inovadores para a época, que utilizava no contacto com os alunos.
Começa a publicar em jornais (Gazeta do Sul) e revistas literárias (Brotéria, Távola Redonda), sob o pseudónimo Zé d´Anixa, alguns poemas. Aos 21 anos converte-se ao catolicismo, crença da qual só a morte o arrastará.
O início da década de 50 parece promissor para o poeta: em 1951 casa com a amiga de adolescência e vizinha Joana Luísa, na Capela da Arrábida, e nesse mesmo ano publica o quarto volume de poesia, Campo Aberto. No ano seguinte, no entanto, o seu estado de saúde, que sempre fora débil, agrava-se e Sebastião é internado em Lisboa. Sete meses após o casamento, e aos 27 anos de idade, o autor de Pequeno Poema morre vítima de uma meningite renal.
Joana Luísa empenha-se, após a morte do marido, na publicação dos seus inéditos. É assim que, postumamente, são lançados Pelo Sonho é que Vamos, Diário, O Segredo é Amar e Itinerário Paralelo.Em 1999, Vila Nogueira de Azeitão passou a acolher o museu onde se reúnem o espólio artístico e alguns objectos pessoais de um dos mais queridos filhos da terra.
Apesar de ser um poeta modestamente reconhecido, são bastante populares o Pequeno Poema e Pelo Sonho é que Vamos. Poeta popular sem ser “popularucho”, Sebastião da Gama não se inseriu em nenhuma corrente literária em particular. A sua rima fácil, o verso fluído e as imagens luminosas fazem dele um autor a não esquecer, ainda que sobre a sua morte já tenham passado 53 anos.
Algumas obras:
Estreou-se com Serra Mãe, em 1945. Publicou ainda Loas a Nossa Senhora da Arrábida (1946, em colaboração com Miguel Caleiro), Cabo da Boa Esperança (1947) e Campo Aberto (1951). Após a sua morte, foram editados Pelo Sonho é que Vamos (1953), Diário (1958), Itinerário Paralelo (1967), O Segredo é Amar (1969) e Cartas I (1994).
Sebastião Artur Cardoso da Gama nasceu em Vila Nogueira de Azeitão, a 10 de Abril de 1924, filho mais novo de uma doméstica e de um comerciante. Logo aos 14 anos é-lhe diagnosticada a tuberculose óssea que haveria de lhe custar a vida. A conselho do médico, muda-se com a mãe para a Serra da Arrábida, cenário de sonho que será o “primeiro amor” da sua poesia. Tal como Alexandre Herculano antes de si, o jovem Sebastião não se cansa de cantar a Serra: em Serra Mãe, Loas a Nossa Senhora da Arrábida e Cabo da Boa Esperança, os caminhos mais recônditos e as gentes da Serra são personagens principais.
Para além da Arrábida, é o mar que encanta o jovem Sebastião, a quem a doença e o isolamento parecem não retirar alegria, vivacidade e facilidade de relacionamento com as pessoas. Como com os pescadores e lavradores, a quem admirava o falar. Admiração que lhe valeu a repreensão do arguente quando, defendendo a tese de mestrado com que se formou em Filologia Românica, Sebastião da Gama utilizou termos próprios dos homens do mar e do campo, cuja companhia preferia à de doutores.
Terminados os estudos, Sebastião da Gama dá aulas na Escola Comercial e Industrial João Vaz, em Setúbal, durante um ano. Os alunos, apesar do curto período de convivência com o jovem professor, ficam profundamente marcados pela sua personalidade comunicativa, aberta ao diálogo e, claro, à poesia.Colocado em Lisboa, na Escola Veiga Beirão, inicia em Diário o relato a sua experiência pedagógica e os métodos, inovadores para a época, que utilizava no contacto com os alunos.
Começa a publicar em jornais (Gazeta do Sul) e revistas literárias (Brotéria, Távola Redonda), sob o pseudónimo Zé d´Anixa, alguns poemas. Aos 21 anos converte-se ao catolicismo, crença da qual só a morte o arrastará.
O início da década de 50 parece promissor para o poeta: em 1951 casa com a amiga de adolescência e vizinha Joana Luísa, na Capela da Arrábida, e nesse mesmo ano publica o quarto volume de poesia, Campo Aberto. No ano seguinte, no entanto, o seu estado de saúde, que sempre fora débil, agrava-se e Sebastião é internado em Lisboa. Sete meses após o casamento, e aos 27 anos de idade, o autor de Pequeno Poema morre vítima de uma meningite renal.
Joana Luísa empenha-se, após a morte do marido, na publicação dos seus inéditos. É assim que, postumamente, são lançados Pelo Sonho é que Vamos, Diário, O Segredo é Amar e Itinerário Paralelo.Em 1999, Vila Nogueira de Azeitão passou a acolher o museu onde se reúnem o espólio artístico e alguns objectos pessoais de um dos mais queridos filhos da terra.
Apesar de ser um poeta modestamente reconhecido, são bastante populares o Pequeno Poema e Pelo Sonho é que Vamos. Poeta popular sem ser “popularucho”, Sebastião da Gama não se inseriu em nenhuma corrente literária em particular. A sua rima fácil, o verso fluído e as imagens luminosas fazem dele um autor a não esquecer, ainda que sobre a sua morte já tenham passado 53 anos.
Algumas obras:
Estreou-se com Serra Mãe, em 1945. Publicou ainda Loas a Nossa Senhora da Arrábida (1946, em colaboração com Miguel Caleiro), Cabo da Boa Esperança (1947) e Campo Aberto (1951). Após a sua morte, foram editados Pelo Sonho é que Vamos (1953), Diário (1958), Itinerário Paralelo (1967), O Segredo é Amar (1969) e Cartas I (1994).
Pequeno Poema
Quando eu nasci,
Ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
Nem o Sol escureceu,
Nem houve
Estrelas a mais...
Somente,
Esquecida das dores,
A minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
Não houve nada de novo
Senão eu.
As nuvens não se espantaram,
Não enlouqueceu ninguém...
Para que o dia fosse enorme,
Bastava
Toda a ternura que olhava
Nos olhos de minha Mãe...
Bibliografia
http://www.astormentas.com/din/biografia.asp?autor=Sebasti%E3o+da+Gama
http://www.astormentas.com/gama.htm
Adilaine Braz
Ana Rita